Uma tarefa que é simples e vital, mas que, incrivelmente, muitas vezes esquecemos de fazer, pelo menos com a devida qualidade: respirar. A prática do Yoga envolve uma série de técnicas que buscam facilitar a prática para promover todos os benefícios que vêm junto com ela. Por isso Yoga e respiração caminham juntas. A respiração é primordial e essencial, e é com ela que conduzimos toda a prática.
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A instrutora de Yoga Maria Luiza Guerra, formada pelo Yoga Nilaya Conhecimento e Espiritualidade, explica:
– É muito importante na prática do Yoga a respiração nasal, inclusive, os asanas (posturas) têm movimentos pontuados pela inspiração e exalação. Destaca-se que o sistema nasal é preparado para isso. Sendo o fluxo respiratório nasal, respiramos com mais calma, o ar que entra é ajustado em temperatura e umidade até chegar aos pulmões. Isso controla o ritmo cardíaco e acalma as ondas cerebrais. Ampliando o assunto, a respiração abdominal (diafragmática) é a forma completa e profunda da respiração, também muito importante para harmonizar o organismo – complementa Maria Luiza, que ministra aulas no Mather Tablao, em Santa Maria.
Pranayama é o nome dado às técnicas de respiração que usamos para praticar Yoga. São técnicas que servem para aumentar e controlar a nossa energia vital (o prana). Elas também são usadas para nos trazer para a vivência do momento presente, como explica Maria Luiza:
– A respiração é intimamente ligada à concentração. Quando estamos agitados, perdemos o controle da respiração e ela se torna curta e torácica. Já enquanto calmos, podemos observar a expansão do abdômen na ‘respiração completa’. As vantagens da respiração consciente é a qualidade da presença. Quantas pessoas você já ouviu falar que não tem tempo para fazer o que gosta? Este é um dos benefícios da respiração consciente, ela te traz concentração na ação e clareia os pensamentos para levar o dia mais leve e organizado.
Existem várias maneiras de usar os pranayamas durante a prática do Yoga – eles geralmente são usados no início das práticas para justamente alcançarmos mais concentração, pois ajudam a equalizar a nossa respiração, além de nos deixar preparados e conscientes para aproveitar a prática.
Abaixo, um pranayama descrito e explicado por Maria Luiza que pode ser praticado:
Nadi shodhana (narinas alternadas)
Com o dedão da mão direita, obstrua a narina direita e inspire pela narina esquerda. Com os pulmões cheios, troque a narina em atividade, obstruindo a narina esquerda com o dedo anelar e expirando pela narina direta. Inspire novamente pela mesma narina que você expirou (pela direita). Com os pulmões cheios, troque a narina em atividade e expire pela narina esquerda. Esse é um ciclo completo da respiração das narinas alternadas.
Outros tipos de pranayamas para praticar:
• Adhama kúmbhaka – respiração abdominal com ritmo (1-2-1).
• Bandha pránáyáma – respiração completa, sem ritmo, com bandhas.
• Antara kúmbhaka – respiração completa com ritmo (1-2-1 ou 1-4-2).
• Nádí shôdhana kúmbhaka – alternada com ritmo (1-2-1 ou 1-4-2).
• Bhastriká – respiração do sopro rápido.
• Kapálabhati – respiração do sopro lento.
• Sopro ha – expiração forte pela boca emitindo som alto e brusco.
Mas, para muito além da prática no tapetinho, é completamente possível mantermos a prática da respiração consciente no nosso dia a dia, em casa e no trabalho, como observa Malu:
– No simples ato de prestarmos atenção na respiração, a mente se torna presente no aqui e agora. A respiração consciente é uma das maiores aliadas para manter o equilíbrio emocional.
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