Era março de 2008 quando o Rio Grande do Sul viu partir um dos grandes poetas do seu pago. Dez anos depois, a alma do sepeense Antonio Augusto Ferreira, que escolheu Santa Maria como cidade do coração, segue viva e propagada em cada voz que entoa seus poemas em forma de canção. E é para homenagear o legado desse poeta, que soube tão bem verbalizar a nossa cultura em verso, que a cidade vai receber, do grupo Galpão da Poesia Crioula, o Recital Alma de Poço. O espetáculo é uma homenagem à vida e obra de Antonio Augusto, e será apresentado nesta quarta, dia 18, às 20h, no Theatro Treze de Maio.
No palco do teatro, seis declamadores e quatro músicos relembram as obras do poeta, que vão desde poemas introspectivos e de sensibilidade amorosa até a demonstração de amor pela cultura regional. Declamam os poemas os integrantes Fabrício Vargas, Juliano Santos, Nairo Coutinho, Bárbara Stieler Bohrer e Maria Luiza Guimarães. Os músicos que sobem ao palco são Kayke Mello, Sabani Felipe de Souza e Ronison Elias Borba.
– A ideia de homenagear o Tocaio surgiu não apenas pelos 10 anos de saudade, mas, pelo imenso conteúdo literário regional/universal que perpetua, pois, a arte não está apenas na matéria, ela gira no espaço. Acreditamos que homenageá-lo seja uma forma de valorizar sua vida e obra – comenta o músico Kayke Mello, integrante do grupo Galpão da Poesia e um dos idealizadores do recital.
A homenagem, Alma de Poço, leva o nome de um dos livros do Tocaio Ferreira, como também era conhecido o poeta gaúcho.
Sobre o poeta
Antonio Augusto Ferreira nasceu em 16 de maio de 1935, em São Sepé, onde passou a sua infância, mas adotou Santa Maria em 1973 e exerceu a função de Oficial do Registro de Imóveis da cidade.
Ele foi membro da Academia Rio-Grandense de Letras, da Academia Santa-Mariense de Letras, da Casa do Poeta de Santa Maria e do Grupo de Arte Nativa Os Angӧeras, de São Borja.
Enquanto letrista, ganhou a Calhandra de Ouro em duas edições da Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana. Entre diversas premiações que o poeta recebeu estão o Mérito Literário, pela 4ª Sesmaria da Poesia Gaúcha de Osório (1999) e pela Associação Santa-Mariense de Letras (2001). Em 2002, ganhou o Troféu Negrinho do Pastoreio da Poesia Campeira do governo do Estado. Já no ano seguinte, recebeu a Comenda Cultural Prado Veppo, pela Câmara de Vereadores de Santa Maria, e o título de Patrono, da 30ª Feira do Livro de Santa Maria.
Durante 12 anos, Antonio Augusto Ferreira conviveu com o Mal de Parkinson. O avanço de um tumor cerebral foi a causa da sua morte.
O Galpão da Poesia
O Galpão da Poesia Crioula é um grupo de amigos, poetas, declamadores, músicos e apreciadores da poesia regional, que se reúne quinzenalmente para celebrar a poesia, declamar, trocar experiências e aprendizados.
– O galpão da poesia crioula é um grupo do mundo, que está aberto a todos que são apaixonados pela arte e buscam um local para se encontrar ter uma boa prosa e difundir ideias – comenta Kayke Mello.
O grupo existe há 25 anos e realiza atividades poético-culturais, entre elas a Tertúlia da Poesia, que vai, neste ano, para a 5ª edição.
Serviço
Galpão da Poesia apresenta Recital poético Alma de Poço
Quando: quarta-feira, às 20h,
Onde: no Theatro Treze de Maio (Praça Saldanha Marinho, s/nº)
Quanto: doação de um agasalho
