O poder de abraçar a si mesma: conheça o projeto fotográfico #BemMeQueroMalMeQuero

Bem me quer
Mal me quer
Bem me quer
Mal me quer
Bem me quero
Mal me quero
Bem me quero ou mal me quero?

Você já deve ter feito essa brincadeira alguma vez: tirar pétala por pétala de uma flor e torcer para que o bem querer de outra pessoa fosse teu. Mas você já fez essa brincadeira consigo mesma? Seu amor próprio é correspondido?
Se enxergar por inteira, tirar as pétalas, desnudar a alma e, quem sabe, sangrar com os espinhos.
Confesso: não é fácil mergulhar em nós, reconhecer cada luz e cada sombra. É preciso carinho para nos acolher e respeito com nossos processos internos.
Como em um autoabraço, surgiu “Bem me quero, Mal me quero”, um projeto fotográfico feminino e coletivo (respira! Pois o nome é tão grande quanto a força de cada mulher retratada). Idealizado pela fotógrafa Melissa Maurer, que vive em Alto Paraíso de Goiás, na Chapada dos Veadeiros, o projeto une mais de 130 fotógrafas em 19 estados brasileiros, e ainda em países como Argentina, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Índia e Austrália.
As mulheres fotografadas são todas voluntárias e unidas pela mesma causa: a auto observação, o reconhecimento, o perdão, a aceitação.

Durante o dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, as redes sociais conhecerão um pouco das histórias destas mulheres através de fotografias e de cartas, escritas por elas e para elas. Será possível ver todas as imagens pela hashtag #bemmequeromalmequero

Esta foto foi feita pela idealizadora do projeto, Melissa Maurer. Para ler o relato, clique em cima da foto

 

Relato pessoal

Já seguia a Melissa no instagram (@melmelissamaurer) quando vi a chamada de fotógrafas voluntárias para o projeto “Bem me Quero, Mal me Quero”. Admiradora do trabalho dela que sou, sabia que a proposta seria boa, mas não tinha ideia de como mexeria comigo. Retratar essas mulheres em autoabraços depois de conhecer um pouco de suas fragilidades foi um momento único. Eu enxergo esse trabalho como um portal de cura que a imagem e a escrita abrem em nós, mulheres, pois somos movidas pela criatividade, por criar vida.

Desafio: Faça esse exercício em casa você também. Escreva uma carta para si. Faça um autoretrato. Como você se enxerga por dentro e por fora, sem nenhuma máscara imposta?

Deixo aqui alguns dos retratos que fiz para o projeto. 

Fotos: Maiara Bersch

“A cada dia me surpreendo ao conhecer outra parte de mim, talvez que tenha estado sempre ali, ou que tenha sido construída silenciosamente, partes de um todo em constante mudança, mas frequente em sua evolução. Tenho me conhecido como mulher, e ainda me identifico como menina, venho procurado me construir e entender as partes que se manifestam , sendo nada mais que resultado de minhas escolhas e vivências, trazendo a tona a essência, deixando sempre clara a lei do retorno, por mais que as vezes tenhamos que fazer esforço pra se entender, e o mundo parece entender menos ainda, o que acaba dificultando a aceitação de partes escuras e inseguras, ou que talvez só não estejam maduras. Mas bendito seja o dia em que resolvi me bem querer, ficou bem mais fácil pra entender, que tudo bem nem sempre estar inteiro, o importante é se amar primeiro, e o resto a gente acaba aprendendo como fazer. Não existe manual pra vida, existe a oportunidade de se viver, e a gente passa tanto tempo sem entender, que a vida é dom, sem aproveitar o que é de fato bom, pra se preocupar com o que se resolve com o tempo, ou até com o vento, por falta de acalento e  ainda ter que descobrir maneiras pra arrumar um sustento, e não que isso seja um problema, faz parte de todo um esquema, o problema é quando a gente se perde nisso, e não consegue nem se achar depois, maldades que cometemos com nós mesmas por não nos priorizarmos.
Nem sempre é fácil amar o que não se entende, ainda mais quando se sente, mas o segredo é se tornar consciente, saber que não é impotente, és importante, que a parte que falta ou que  sobra, são pedaços da sua história que ainda está sendo escrita por suas escolhas, basta escolher aceitar, e lidar com isso, mesmo que seja doído, mas lembra sempre que teu coração é teu melhor amigo.” Flora.

 

Você poderá ler todas as cartas durante o dia no meu instagram (@maiarabersch) e também das outras fotógrafas pela hashtag nas redes sociais.

 

Maiara Bersch – jornalista por formação e fotógrafa por vocação

 

 

 

 

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