“Enquanto documentos históricos dão conta que Santa Maria surgiu a partir de um acampamento militar, a lenda de Cezimbra Jacques é bem mais romântica. Ela fala da índia Imembuy (cujo nome significa “filha da água”), que era filha do cacique de uma tribo minuano que vivia nas margens do arroio Taimbé (hoje Itaimbé). Certo dia, em um confronto entre índios e bandeirantes, o branco Rodrigues foi capturado e feito prisioneiro na aldeia. Imembuí e Rodrigues se apaixonaram. O homem branco, então, passou a fazer parte da tribo e foi batizado de Morotin. Com a permissão do cacique, Imembuy e Morotin se casaram. O primeiro filho do casal, José, teria sido o primeiro santa-mariense. No meio desta história, tem Acangatu, o índio que também era apaixonado por Imembuí.
O conto foi publicado no livro Assuntos do Rio Grande do Sul em 1912. Ele só foi tratado como lenda por João Belém, em 1933, na obra História do Município de Santa Maria. É a única ficção escrita pelo Cezimbra Jacques.
– Independentemente da origem da história, ela traz um simbolismo muito forte ligado à cidade. É importante que as crianças possam conhecer a Lenda de Imembuí e saber quem a escreveu – diz Humberto Gabbi Zanatta.” *
A lenda ganhou o palco: virou o Musical Imembuí, com texto de Orlando Fonseca e música de Otavio Segalla, e foi montado pela primeira vez em 2008, por ocasião dos 150 anos da cidade. À época com direção musical de Ricardo Freire e Direção Artística de Bebeto Badke, a produção levou mais de 40 artistas para o palco do Theatro Treze de Maio.
Agora, para comemorar os 160 anos, o musical volta em nova roupagem, nas mãos de Patrícia Garcia, Ricardo Paim e com a direção musical de Jair Medeiros. Os arranjos musicais seguem os de 10 anos atrás. No palco, mais de 20 artistas e dançarinos contam, cantam e dançam a Lenda de Imembuí.
A única apresentação será realizada nesta quinta-feira, dia 17 de maio, às 19 horas, dentro da programação do Viva Santa Maria 160 anos, no Parque da Medianeira.
Os figurinos são de Luciano Santos. Nos instrumentos estarão os músicos Jair Medeiros, Rafael Bisogno, Michel Wagner, Daniel Fortes, Edgar Sleifer e Marcelo Schmidt. Nos vocais, Tuny Brum e Débora Rosa; nas danças, Jean Marley, Lívia Thomas e equipe Vintage Estúdio de Danças; e os personagens principais da lenda: Deborah Rosa, Gisele Guimarães, Maninho Pinheiro, Pedro Ribas e Pirisca Grecco. Rogério Neron no apoio técnico. A produção conta também com Angélica Silva, Sergio Marques e Débora Garcia.
A produção executiva é da Chili, com realização de Denise Copetti Produções. O espetáculo tem o financiamento da Lei de Incentivo à Cultura de Santa Maria e apoio da Fundação Eny.
(* trecho retirado de reportagem publicada pela jornalista Marilice Daronco, no Diário de Santa Maria de 19 de maio de 2012.)