Não há preço que pague a experiência de se entregar de coração ao voluntariado. E isso é visível nos relatos do jornalista santa-mariense Lucas Leivas Amorim. No início desta semana, Lucas chegou a Moçambique, na África, acompanhado de mais 15 brasileiros, para trabalhar em aldeias onde vivem crianças em situação de vulnerabilidade, a maior parte delas, sem pai e mãe.
Lucas é mais um entre os milhares voluntários da Fraternidade Sem Fronteiras (FSF), que atua em solo africano e hoje conta com 26 centros de acolhimento entre Moçambique e Madagascar. A ONG acolhe cerca de 12 mil crianças, dessas, 9 mil órfãs, e volta seus olhos às regiões mais pobres do mundo, onde o que mais se vê é fome e miséria.
Hospedados em alojamentos dos centros de acolhimento da aldeia de Muzumuia, os voluntários fazem parte da Caravana da Educação, que tem o objetivo de levar materiais escolares, treinamentos para os monitores das aldeias e atividades recreativas para as crianças. Durante o ano, as aldeias recebem outras caravanas, como a da saúde, que passou pela cidade no início do ano, e é formada por médicos, dentistas e enfermeiros que prestam atendimento às crianças e aos moradores.
Os voluntários foram recebidos pelas crianças da aldeia com canções e danças, na segunda-feira, quando chegaram na Aldeia de Muzumuia. Veja no vídeo:
Nas aldeias onde os voluntários passaram – desde segunda-feira, em três: Matuba, Muzumuia e Chibembe – foi possível enxergar situações em que a empatia dos visitantes precisa prevalecer. Desde as dificuldades em buscar água potável para o consumo na aldeia até o contato com moradores com extremas dificuldades físicas e financeiras. Durante as visitas, os voluntários participam de atividades como dar instruções aos monitores nativos, capacitação para contação de histórias, doação de livros, brincadeiras com crianças, apresentações de teatro e também com ajudas financeiras.
Razões para viajar como voluntário
Essa é a primeira viagem de Lucas para fora do Brasil, e a escolha por uma viagem de imersão no voluntariado e em culturas diferentes tem um motivo.
– Eu sempre quis conhecer lugares fora do Brasil. Pensava: pra onde eu iria se saísse do país? Nunca me chamou muito a atenção o tipo de turismo para lugares da Europa ou Estados Unidos. Uma vez acompanhei a viagem de uma amiga que havia ido para a Índia. Quando vi ela imersa na cultura indiana, como voluntária, pensei que era aquilo que eu queria. Viajar para o exterior para ser voluntário – explica Lucas.
Foi então que o jornalista conheceu a ONG Fraternidade Sem Fronteiras, a partir de uma conversa com sua mãe, Mary Angela Amorim. Em um congresso espírita que assistiu, ouviu falar sobre as caravanas e a possibilidade de ser padrinho. A primeira atitude tomada por Lucas e por sua mãe foi apadrinhar crianças.
– Desde então nós contribuímos mensalmente apadrinhando três crianças. A cada novo padrinho, uma nova criança pode entrar no centro de acolhimento para ter o atendimento da Fraternidade. Quando descobri que podíamos viajar como caravaneiros para conhecer as aldeias e trabalhar em prol delas, decidi que era aquilo que queria: viajar para participar da caravana e ajudar como voluntário.
Único representante do Rio Grande do Sul na caravana, o jornalista fez as malas pronto para visitar sete aldeias de Moçambique e participar de uma troca de experiências que envolve a empatia, o dar e o receber:
– A gente dá um pouco do que sabe. Eu faço a divulgação da caravana em fotos e vídeos, os amigos dos outros Estados fazem as atividades educativas, cada um se envolve um pouco. Mas a gente recebe muito mais do que dá… o carinho, o abraço, o acolhimento das crianças, que nos recebem com dança, com música nas aldeias. Eles são eternamente agradecidos a nós, e nós também. Eu não quis sair do Brasil pela primeira vez na minha vida para fazer turismo. Queria sair para me doar. Foi a forma que encontrei para fazer essa doação a alguém e para conhecer e receber esse povo.
A viagem de Lucas está sendo documentada em vídeo na sua página no Facebook, e termina na próxima segunda-feira. Nesta quarta-feira ele conheceu a aldeia de Chibembe e já tem vídeos disponíveis documentando o dia na página. Para acompanhar os vídeos durante a viagem, siga o perfil dele no Facebook.
Sobre a ONG:
Com sede localizada em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e fundada em 2009, a FSF tem braços espalhados por diversas regiões do Brasil e por inúmeros países, entre eles Suíça, Estados Unidos, Alemanha, Áustria, Finlândia, Noruega, Dinamarca, Reino Unido e Emirados Árabes.
Quando entra para o programa da ONG, o órfão passa a receber alimentação diária, reforço e material escolar, orientação de higiene e atividades culturais. Além disso, conta com a visita de quatro caravanas anuais compostas por padrinhos voluntários de diferentes áreas do conhecimento, entre os quais médicos, dentistas, educadores, pedagogos, engenheiros, psicólogos e enfermeiros. Saiba mais no site da FSF.
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Não poderia esperar nada menos do que orgulho e admiração pelo teu desprendimento e dedicação Lucas e pela tua iniciativa, Liciane!!! Deixemo-nos levar por um oásis de esperança no mundo conturbado das falsas e desastrosas notícias que assolam a nossa mídia!!! Abs do Bebs
Bebs, amém!!! Fico tão feliz que estejas aqui lendo os materiais que a gente prepara com tanto amor 🙂
Obrigada por SEMPRE dar aquele empurrãozinho que nos ajuda e incentiva a seguir com ideias como essa!!
beijo grande