Dezoito fotografias que podem despertar a saudade da infância, a lembrança de um livro e remeter ao fantástico universo das fábulas. A exposição “Duplica-me: Estilhaços imagéticos através do espelho”, que está em cartaz no Monet Plaza Arte, sala de exposições do Monet Plaza Shopping, pode trazer um pouco de cada uma dessas sensações para quem for a visitar. A artista visual Ana Claudia Barin, de Santa Maria, debruçou-se sobre a obra de Lewis Carrol durante experimentações investigativas de sua tese de doutorado na Universidade Federal de Santa Maria, e o resultado do trabalho está na exposição, aberta para visitação até o dia 31 de maio.
O universo infantil foi o objeto da tese de Ana Cláudia, tendo como principal objetivo evidenciar a força da infância em reinventar, mostrando a infinidade de possibilidades e alargando a visão de mundo.
Hoje Ana Claudia coleciona quase 50 exemplares de Alice no País das Maravilhas e Alice Através do Espelho, as histórias de Alice escritas por Carrol, utilizadas para inspirar seu trabalho.
– Transformei esses livros na minha materialidade estética e montei cenários para fotografá-los. Além das fotografias, manipulei essas imagens para chegar em um resultado que remetesse a um mundo das maravilhas para mim – conta Ana Cláudia, que é mestre em educação e doutoranda na linha de pesquisa de Educação e Artes pela UFSM.
As 18 fotografias, vez ou outra aparecem duplicadas, ‘espelhadas’, e os recortes e montagens formam outros significados além da imagem de origem.
– A Alice passeia por minhas pesquisas desde a época de construção dos planos de aula, na graduação em licenciatura em artes visuais. Fez-se presente na revisita que fiz aos meus diários pedagógicos na pesquisa de dissertação de mestrado, e agora, novamente, ganhando outras formas. Tudo pode ser Alice: a menina que passeia no bosque vestindo vermelho, o cheiro de lenha queimando que lembra os invernos sem preocupações, o relógio que marca um tempo retilíneo ou o mergulho em estudos conceituais. Tudo pode virar um país das maravilhas, tudo pode se tornar falante e/ou falar. Alice pode ser tudo. Alice pode ser nada. Alice nem precisa estar, não precisa permanecer nas páginas dos muitos livros e versões guardadas na minha coleção pessoal desta literatura de Carroll, pois o que me interessa nesta produção é o que o posso reinvencionar, o que posso fabular com o que Lewis fabricou – define Ana Cláudia.
As fotos ficarão expostas até 31 de maio para visitação do público.
Exposição: “DUPLICA-ME: “Estilhaços imagéticos através do espelho”
Curadoria: Ana Cláudia Barin
Período: 02 a 31 de maio de 2019
Local: Sala Monet Plaza Arte / Monet Plaza Shopping
Endereço: Av. Fernando Ferrari, 1483 – Santa Maria – RS.
Horário de Visitação: de segunda a sábado das 10h às 22h e domingos e feriados das 11h às 18h
ENTRADA gratuita
Ana Cláudia Barin é artista visual e arte educadora formada pela Universidade Federal de Santa Maria. Mestre em Educação (UFSM), atualmente realiza doutorado na área de Educação na linha de pesquisa Educação e Artes (PPGE/USFSM). Realiza experimentações fotográficas a partir de séries com a temática da fabulação/invenção. Esta proposta advém da materialidade da tese de doutorado em processo, que mistura conceitos sobre literatura e infância, pensadas a partir de movimentos de potência inventiva.
Leia aqui sobre outra intervenção feita por Ana Claudia Barin, na UFSM