Nostálgico e inédito. Quem assistiu ao show Baixar Armas, da nova turnê de lançamento do álbum homônimo de Duca Leindecker, sentiu um pouco mais do que apenas a sensação boa de conhecer um novo trabalho. Foi uma espécie de nostalgia misturada com novidade. A experiência do show foi a de revisitar algumas décadas de músicas que seguem ainda no imaginário de quem passou a adolescência ouvindo Cidadão Quem e, depois, acompanhando Pouca Vogal.
No auditório do Colégio Marista, em Santa Maria, Duca subiu ao palco e abriu com Baixar Armas, que dá o nome ao novo álbum e à turnê. O show teve uma pegada elétrica, lembrando muito o trabalho percorrido como a Cidadão Quem. Em uma mescla entre os grandes sucessos e as inéditas, passeou por Girassóis, Certeiro e Eterno Agora – principal música de trabalho do disco novo, e que no álbum tem a participação de Veco Marques, integrante da Nenhum de Nós.
Em meio a aplausos e cantaroladas tímidas do público, Duca se dirigiu ao piano que estava no meio do palco, envolto à estampa das flores que marcam a capa do novo disco. Foi de lá que tocou e cantou Bossa ( há quem construa os aviões, escreva as revistas… outros dedilham violões…). Foi do piano que também mostrou pra gente Menina, canção feita para a filha, a pequena Laura, de 2 anos.
Uma noite pra lembrar e conhecer: teve vez pras clássicas Os Segundos, Música Inédita, da Cidadão, e também pra relembrar da parceria com Gessinger em Pouca Vogal: Depois da Curva, Tententender, O Amanhã Colorido... E ainda um passeio pelo recente trabalho solo Plano Aberto, com Só mais uma pra garantir.
Moinhos Gigantes, uma das novidades, trouxe aquela pegada a que o disco se propõe: esquecer o ódio, buscar a paz, desarmar, amar.
Teve espaço também pra um bis de Eterno Agora, e é claro, impossível de ser esquecida, Pinhal. Mas quem escolheu a última canção do show foi o público, que pediu Carona.
Por muitas vezes tive a sensação de estar assistindo a um show da Cidadão Quem mesmo, com a diferença de uma ausência. Pra quem chegou a assistir aos últimos shows da Cidadão, foi inevitável enxergar um vácuo no palco. Propositalmente ou não, o espaço onde se posicionava, pelo menos nos últimos shows, o baixista Luciano Leindecker, estava vazio. O guitarrista Maurício Chaise e o baixista Igor Conrad, (que é de Santa Maria) estavam, ambos, ao lado direito de Duca. Claudio Matos, comandando a batera, posicionou-se à esquerda do vocalista, mas ao fundo do palco. No meu imaginário, Luciano estaria ali, ao lado esquerdo e em frente ao público. Se foi proposital ou acidental, o que pareceu aos meus olhos foi um profundo respeito ao lugar onde Luciano deveria sempre estar e esteve durante os 20 anos de Cidadão.
Com pouco mais de uma hora e meia, o show de quinta foi um carinho na alma de quem é fã e acompanha Duca desde a Cidadão Que,.
Foi uma ode à saudade, ao respeito, ao amor. Uma tentativa de diminuir a intolerância e discursos de ódio e disseminar as bombas que estão dentro do coração. Foi, além de tudo isso, um pedido: baixar armas… e abraçar.
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Que lindo! Foi demais mesmo ????????????????????????????????❤