Salvador, meu Carnaval – por Carolina Graziadei

Fotos: Carolina Graziadei

“Nada lhe pertence mais que seus sonhos”. Verdade. O filósofo alemão Friedrich Nietzsche tinha razão. “Nada lhe pertence mais que seus sonhos”. Faço coro porque sou movida pelos meus. Quando coloco algo na cabeça, ninguém me segura. Se não dá certo, tentei. Se dá certo, sobram motivos para tentar e tentar de novo. Permita-me citar cinco do meu ‘top 10’: fiz um intercâmbio; conheci o Rogério Flausino; fui ao Rock In Rio; assisti ao show do John Mayer e pulei atrás de um verdadeiro trio elétrico.

Você pode discordar de todos, mas estes são os meus. Todos foram realizados com pitadas de planejamento, sorte e merecimento. Todos se interligam em razão da música. O intercâmbio aconteceu no período do maior festival de música do mundo nos Estados Unidos. Como comunicadora de rádio, por duas vezes abracei meu ídolo Flausino. Na segunda vez, fui convidada a apresentar o show do Jota Quest por causa da minha paixão explícita por ele. O John Mayer chegou com um show no Brasil em que chorei, cantei, sorri e vi meu muso das guitarras de perto.

Parece mentira, mas Salvador estava mais distante de todos os outros, mas “nada lhe pertence mais que seus sonhos”, não é mesmo? Em uma conversa informal com uma amiga, o sonho saiu do papel e graças às asas de um avião, desembarquei na terra abençoada pelos deuses (sem exagero).

A Bahia é o primeiro estado do Brasil e dá para notar que eles se orgulham disso. Têm orgulho da sua história e muito orgulho do seu carnaval. No corredor do desembarque, a frase “bem-vindo ao melhor carnaval do planeta” me abraçou. Salvador tem um quê de magia e não sei se é pelo clima de festa, mas o ar é mais leve, o sol brilha mais forte, o vento parece ter perfume de felicidade. Me joguei na água salgada na Baía de Todos os Santos e com este primeiro axé cheguei até o Farol da Barra, no entardecer, onde o trio elétrico da Banda Eva me aguardava no volume máximo.

O coração pulsava tanto ou até mais do que as batidas daquela percussão. Finalmente estava eu, no circuito Barra-Ondina subindo ladeira, vestindo um abadá ‘e voando bem alto, Eva’. Meu repertório de axé foi atualizado com sucesso e a cada canção, meu conceito de ‘sonho’ se concretizava. Famílias com crianças estavam ao meu lado no mesmo trio, sorrindo, cantando, curtindo. Pessoas nas sacadas, nos camarotes, na famosa pipoca, todo mundo com o mesmo sentimento.

“Nada lhe pertence mais que seus sonhos”. Pulei no trio, no camarote E na pipoca. Pulei ao som do Bel Marques, Harmonia do Samba, Timbalada, Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Preta Gil, Olodum, Asa de Águia, Psirico, Banda Eva e Jammil. As minhas experiências são apenas pano de fundo para dizer que você precisa acreditar nos seus desejos e encontrar maneiras de realizá-los, seja lá o que for. Sonhe, sonhe muito. É assim que consegui realizar os meus e sei que os tantos outros que ainda tenho, virão.

Como tudo se interliga, Nietzsche acertou de novo ao dizer que “a vida sem a música é simplesmente um erro”.

Música, sonho, axé!

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